A falta de Visão dos crimes
Encontrei este artigo na revista Visão (ah, ironia), onde apresentam o número de crimes registados em 2004, 2014, 2019 e 2024 (desfoquei-o um pouco porque o objetivo não é partilhar o artigo).

Continua a surpreender-me como, em Portugal, temos tanta relutância em usar visualização de dados. Publicam-se números soltos em vez de mostrar a série temporal completa, mesmo quando os dados existem e ajudariam a compreender os dados de forma mais fácil e detalhada.
Por isso, fiz alguns pequenos gráficos que poderiam substituir esses números. Como as categorias de crime têm magnitudes muito diferentes, usei 1994=100 para que todas partilhem a mesma escala.

Isto não parece exigir mais trabalho do que colocar quatro números em cada coluna, e permite uma leitura muito mais clara da evolução destes crimes ao longo dos últimos 30 anos.
Dica
É fácil ligar um ficheiro de Excel ao site do Ministério da Justiça e extrair os números. Depois fazemos uma tabela dinâmica com todos os anos em coluna e os vários níveis e categorias de crimes.
De seguida, acrescentamos sparklines (pequenos gráficos da altura das linhas) à direita da tabela enfatizando o valor mais alto. E assim podemos ver rapidamente aqueles tipos de crimes que estão em crescimento, e aqueles de passaram de moda. É importante notar que em geral as sparklines têm cada uma o seu eixo, com variação entre mínimo e máximo, pelo que na vertical não são comparáveis, mas aqui a ideia é mesmo mostrar o perfil de cada uma delas para uma observação rápida.
Desta forma é muito fácil observar a variação dos cerca de 300 tipos de crimes. Tenho a certeza que se podem encontrar boas histórias nesse ficheiro.

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