01.05 O uso de AI e de imagens

Introdução
Goste-se ou não, o ChartGPT e outros sistemas semelhantes são incontornáveis neste momento. Desde a folha de cálculo, ao email ou às fotos que tiramos, não parece haver partes da nossa vida pessoal e profissional que escapem imunes à maré.
É importante observar que o que estas ferramentas fazem é dar uma resposta normalizada às nossas perguntas, em função de todo o material com que foram alimentadas. Isto significa que a qualidade das respostas varia muito, quer em função desse material, quer do ponto de vista da complexidade das relações entre ideias.
Tendo em conta isto, julgo que é importante que criadores explicitem se, e de que forma, usaram estas ferramentas. É isso que faço de seguida.
O uso de A.I. neste curso
Ideias
Como disse, um dos motivos que me levou a conceber estes cursos foi a tentativa de sistematizar trabalho disperso em blogs, no livro que escrevi, nos cursos que desenhei, no feedback que tive de participantes nesses cursos, nas notas que encontrei no disco do meu computador, na interação com outros especialistas da área ao longo do tempo.
Há dezenas de livros sobre visualização de dados. Muitos deles abordam alguns dos temas de forma similar. Mas sobre essa base comum há uma voz própria em cada um deles. Acredito que a minha voz tem algumas especificidades, e com efeito prático real que não quero amalgamar com todas as outras.
As ideias do curso resultam, por isso, da minha própria reflexão, reconhecendo o papel de tudo o que li e de todos com quem interagi. Na tradução da expressão inglesa, foi trabalho sobre os ombros de gigantes. Não pedi ao ChatGPT qualquer apoio neste domínio.
Traduções
Grande parte do meu material original está em inglês. Pedi ao ChatGPT que fizesse as traduções. Inicialmente pensei que as poderia usar diretamente, uma vez que os textos eram meus. Não foi o caso: além dos erros, o estilo simplesmente não era aquele. Na prática, tive de reescrever tudo o que a ferramenta produziu.
Avaliação
Antes de marcar uma lição como finalizada peço ao ChartGPT para a avaliar. Claro que o texto está sempre fabuloso (é programado para lisonjear). O meu objetivo é verificar se me esqueci de algum aspeto, encontrar alguma frase particularmente mal construída e detetar erros ortográficos. Aqui os resultados foram um pouco mais positivos. A deteção de erros ortográficos e de más estruturas frásicas é útil. Raros “como pude esquecer-me disto?” também aconteceram, mas a maioria das sugestões foi irrelevante, errada ou discutida noutros tópicos.
Gráficos
O Excel é a minha zona de conforto, e muitos (todos?) dos gráficos do curso poderiam ser feitos em Excel. Mas achei que estava na hora de sair dessa zona de conforto, também pelos motivos práticos que explico noutra página.
Escolhi uma linguagem de programação com a qual não estou particularmente confortável. Por isso, grande parte do processo envolveu o ChatGPT, numa prática conhecida como vibe coding.
Criar código com o apoio destas ferramentas tem, à partida, uma boa característica: o código funciona ou não funciona, não há meio termo. Quando funciona, é necessário garantir que o resultado adere integralmente ao que se pretendia. Os gráficos num curso de visualização de dados têm, naturalmente, de seguir as ideias apresentadas. Quando essas ideias se afastam um pouco dos conceitos comuns os LLMs têm muito mais dificuldade em responder corretamente. Alguns dos gráficos demoraram horas a fazer e pergunto-me se essa foi uma boa alocação do meu tempo. Noutros casos acabei por desistir e fazer o gráfico em Excel.
Imagens
São usadas muitas imagens de stock fornecidas pela plataforma onde o site está hospedado e que são usadas nos cabeçalhos das lições, secções e cursos. Há apenas uma gerada por AI, o cabeçalho do curso de Visualização de Dados. Há planos para, em 2026, substituir todas essas imagens por um conjunto de imagens originais.
(Pedi ao ChatGPT para avaliar esta página: encontrou dois erros ortográficos e uma frase demasiado comprida. Também sugeriu que evitasse o “tom sarcástico” da frase “Claro que o texto está sempre fabuloso (é programado para lisonjear)”. Não evitei.)
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