01.04 Porquê Vega?

Os gráficos são criados em Vega. É explicado o motivo da escolha, como isso impacta no curso e quais as vantagens a prazo.
01.04 Porquê Vega?
Photo by Florian Olivo / Unsplash

Usei a linguagem Vega para criar a maioria dos gráficos deste curso. Isto poderá parecer estranho, dado que o curso não é pensado para programadores nem a linguagem Vega a mais popular (porque não R, ou Python?). Mas se a sua ferramenta de eleição é outra (Excel, por exemplo) não precisa de se preocupar. Vejamos algumas das razões que levaram a esta decisão.

Competências vs. ferramentas

É preciso sublinhar duas coisas: a primeira é a de que muitas das competências em visualização de dados são transversais e neutras em relação às ferramentas usadas. Quis que isso fosse claro ao longo do curso.

No entanto, se as competências podem ser neutras, as ferramentas não o são: o que implementam, o que não implementam, a forma como o fazem, as pré-definições, tudo isso contribui para que os resultados visuais da ferramenta x e da ferramenta y sejam diferentes. Por exemplo, há uma técnica de representação chamada pequenos múltiplos. Não existe nativamente no Excel, mas consegue-se criar, com algum esforço e tempo. Noutras ferramentas, fazê-lo resume-se a arrastar uma variável para um campo.

Uma razão egoísta

A escolha da linguagem Vega, que me era pouco familiar, serviu para pôr à prova estas duas noções: a de que as competências em visualização de dados são transversais e a de que as ferramentas não são neutras.

Tendo vivido muita da minha vida profissional na companhia do Excel, senti necessidade de um novo desafio. Aprender uma nova linguagem de programação, cujas capacidades ultrapassam em muito as do Excel, pareceu-me demasiado tentador e impossível de rejeitar.

Gráficos atualizados e interativos

Os gráficos publicados no curso são imagens, tal como as que seriam publicadas se a ferramenta usada tivesse sido o Excel. No entanto, planeio publicar uma versão interativa, e substituir essas imagens por essas versões interativas quando se justifique.

Isto está ligado ao objetivo de não tornar o site num portefolio estático ou um conjunto de gráficos com objetivos pedagógicos apenas. Todo o site deve ter um repositório de dados atualizados, alimentando gráficos com algumas capacidades interativas.

Um melhor PowerBI

Muitas organizações vivem confortavelmente dentro do ecossistema de dados da Microsoft, onde o Excel é uma peça incontornável. Muitas dessas organizações estão a migrar muito daquilo que faziam em Excel para PowerBI.

O PowerBI é uma poderosa ferramenta de manipulação de dados e reporting. É, também, muito pobre na sua componente visual. Posso até dizer que essa componente é bastante atamancada e claramente mostra que não houve um adulto na sala quando foi desenhada.

O plano da Microft parece ter sido criar um conjunto de gráficos básicos e deixar que o mercado respondesse às necessidades mais complexas com gráficos customizados que podem ser integrados no PowerBI. Infelizmente, os gráficos são tão básicos (e com erros grosseiros do ponto de vista da visualização) que é melhor assumir desde o início que não irão satisfazer as nossas necessidades.

No entanto, um desses gráficos customizados, o Deneb, não é tanto um gráfico quanto um interpretador de linguagem Vega, e pode ser usado para substituir muitas das funcionalidades inexistentes ou mal implementadas. Como está integrado com as tabelas e sistemas de filtros do PowerBI, cria o melhor de dois mundos.

Criar versões dos gráficos dentro de PowerBI é um dos desenvolvimentos previstos para o futuro próximo.


Member discussion