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Despesas com habitação: havia sinais

A evolução do peso das despesas em habitação parece mostrar que o problema foi ignorado ao longo de décadas, com os atuais resultados.

· Por Jorge Camões · 3 min de leitura

O peso crescente das despesas com a habitação (rendas, reparações e utilities) não é uma novidade, nem algo que seja exclusivo de Portugal. Mas, desde o longínquo 1988, quando essa proporção era apenas de 12%, para os 39% atuais, o crescimento tem sido contínuo.

Estrutura Consumo Habitação

Fonte: Eurostat

Esta é uma forma muito indireta de observar o problema, e há certamente indicadores específicos que o mostram com mais precisão. Mas em 2010, quando chegou aos 30%, não se tornou evidente que estávamos a ignorar algo que só iria piorar? Não houve governo ou autarquias onde soasse o mais pequeno sinal de alarme?

Esta inação é mais uma manifestação da incapacidade de resolver problemas que vão para além da legislatura: desde a mobilidade, onde perdemos literalmente todos os comboios, ao o tic-tac da bomba demográfica (com os seus problemas laterais como as migrações).

Sobre o autor

Jorge Camões Jorge Camões
Atualizado em 3 de Out de 2025